Escuta FM

Notícia

14 Abr, 2015

Assembléia estadual da pastoral carcerária foi realizada

ASSEMBLÉIA ESTADUAL DA PASTORAL CARCERÁRIA

Nos dias 10, 11 e 12 de Abril um significativo número de agentes da Pastoral Carcerária do Estado de São Paulo estiveram presentes na assembléia que realizou-se na Casa São Paulo Apóstolo, na cidade de Embu das Artes, Diocese de Campo Limpo.

D. Luís Antonio, Bispo da Diocese de Campo Limpo, presidiu a Celebração Eucarística que efetivamente abriu, na manhã do dia 11, a extensa pauta pontuada por diversos temas importantes. Por ser uma assembléia eletiva o fulcro das atenções foi a eleição que escolheu os membros da coordenação estadual bem como os das coordenações dos sub-regionais. Porém, não menos importantes foram, dentre outros, os demais assuntos abordados tais como o trabalho com egressos desenvolvido pela associação Bom Samaritano de São Carlos, a agenda pelo desencarceramento e desmilitarização, a mulher presa e a revista vexatória.

A revista vexatória, tema apresentado pelo assessor jurídico da Pastoral Carcerária, Dr. Francisco Crozera, foi um dos assuntos mais debatidos uma vez que, mesmo tendo sido sancionada a lei que a abole nos presídios do Estado de São Paulo, ela continua sendo sistematicamente praticada. Tal tema insere-se no contexto mais abrangente do projeto elaborado em conjunto por várias entidades, dentre as quais, a Pastoral Carcerária, chamado Agenda pelo Desencarceramento e Desmilitarização.

O Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental nos presídios, coordenado pela Pastoral Carcerária do Estado de São Paulo que atua nos Hospitais de Custódia para Tratamento Psiquiátrico (HCTP’s), demonstrou a preocupação com duas graves questões que estão ocorrendo no sistema prisional: a excessiva medicalização dos internos e as alas psiquiátricas que funcionam em penitenciárias comuns.

Por fim, Marcelo Naves, vice- coordenador da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo, expôs que iniciou a articulação com a Pastoral da Juventude Nacional a fim de organizar nos presídios as denominadas Conferências Livres, mecanismo legítimo que possibilitará ao grande número de jovens atualmente reclusos nos cárceres enviar suas propostas para a 3ª Conferência Nacional da Juventude que está sendo organizada pelo Governo Federal.

Enfim, como se pode concluir, a atuação da Pastoral Carcerária não reduz-se apenas ao âmbito dos cárceres para “defender bandidos” como julga o senso comum, todavia, assume também um viés eminentemente sócio-político para efetivamente lutar pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária onde, sobretudo as camadas mais pobres, sejam atendidas em seus direitos básicos através de políticas públicas eficazes e inclusivas e, destarte, não precisem mais ser trancafiadas e abandonadas nos porões de um sistema prisional que, comprovadamente, não corresponde ao objetivo de ressocialização da pessoa humana.

 

Pe. Orlando Almeida Alves

Coordenador da Pastoral Carcerária 

COMPARTILHAR