Semana santa: tempo de celebrar a fé.
Aproxima-se o tempo litúrgico de maior intensidade nas celebrações do ano. Tempo em que se celebra o Mistério Pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo no seu aspecto global. A celebração da Semana Santa como memorial faz o cristão reviver o sentido da passagem do Velho para o Novo Testamento, a revelação plena do Pai para a humanidade, encarnado no Verbo, que sofreu a paixão e morte e ressuscitou glorioso. Como foco central de nossa fé, Jesus contempla em sua história de vida a intimidade com que devemos nos relacionar com Deus que, encarnando-se, quis experimentar e viver plenamente como Sua própria criatura e nos reconciliar das faltas e do afastamento causado pelo pecado.
Acolhido em Jerusalém da forma mais simples que se podia imaginar, montado em um potro de jumenta, aclamado pela multidão, pelo pobre e sofredor, não pela elite, Jesus demonstra sua preferência pelo oprimido e rompe com a barreira da violência e do medo com as armas da humildade e da paz. Neste ponto, Nosso Senhor nos acompanha na caminhada rumo à Jerusalém Celeste, ao Céu, pela Sua própria entrada na cidade terrena e o povo realiza um pré anúncio de Sua vitoriosa ressurreição.
A missa de bênçãos dos Santos Óleos, dos Catecúmenos, do Crisma e do Batismo é um momento propício de avivamento da esperança no Cristo Sacerdote. Todo o clero, reunido junto com seu Bispo, renovam a promessa de fidelidade ao juramento que fizeram no dia de sua ordenação. Jesus faz um convite para sermos com eles fiéis e perseverantes no amor, no perdão e na comunhão fraterna entre o povo e seus ministros ordenados.
Na quinta-feira santa é celebrado o mistério da instituição da Eucaristia, quando Jesus ceou com seus discípulos e ordenou-os que fizessem como Ele. Nesta oportunidade não se reserva a contemplação do passado e do presente, mas também de um futuro. Quando se celebra a Eucaristia se atualiza todo o esforço que Jesus fez no resgate da humanidade de volta para o Pai. Durante aquele momento o Senhor ordenou como seu e único mandamento o amor. Na cena do lava-pés Pedro tenta, em vão, coibir a ação de Jesus, que o repele dizendo que quem não o segue no amor e no serviço a seu próximo não é digno Dele, daí então o apóstolo se entrega totalmente. O mestre dá o exemplo para que façamos a mesma coisa. (Cf. Jo 13, 15)
O único dia do ano em que não se celebra nenhum sacramento é a sexta-feira santa. Este tempo é propício para contemplar o mistério de nossa salvação, a cruz do Senhor. Ao venerar o santo madeiro, lembramos a força que o sangue jorrado de Jesus nos oferece e não devemos, enquanto Igreja, deixar que nenhum de nós, pequeninos, estejamos fora do alcance desse sangue redentor.
Cristo ressurge como luz logo no início da Vigília Pascal. Momento em que a noite é mais clara que o dia. Mistério central de nossa fé, a ressurreição do Senhor é o ápice de todas as celebrações, sem ela, tudo seria em vão, toda a dor, sofrimento, angústia e a própria cruz estariam fadadas à inutilidade. Mas Jesus ressuscitou dos mortos, alcançou a glória suprema e com Ele, somos também convidados a celebrar esse mistério e a sermos incluídos nessa ressurreição, que é plena e vivifica toda a Igreja.
Ao vencer a morte, resta-nos celebrar com Jesus a vida. O que o Pai fez com o Filho, agora faz conosco. Passou-o da morte para a vida. Venceu o pecado e destruiu o mal. Á partir de agora é celebrada a oitava da Páscoa. Um dia que dura oito dias, tamanha a grandeza desse mistério. Ele não morreu, pois bebemos e comemos com Ele todos os dias. Devemos adotar essa verdade para as nossas vidas e fazer dela uma constante. Jesus vive!
Uma Feliz e Santa Semana Santa a todos nós!
Seminarista Jonathas Alfredo Zakir Pereira