Quaresma
A Igreja, Mãe e Mestra, todos os anos, convida seus filhos para a prática da penitência por meio da oração, do jejum e da caridade, a esse tempo dá-se o nome de Quaresma.
A oração nos aproxima de Deus, por meio dela falamos com Ele, apresentamos nossas fragilidades e pedidos o perdão para nossas faltas, e d’Ele esperamos a misericórdia e as respostas para vivermos conforme a sua vontade.
O jejum faz com que reconheçamos a nossa fragilidade e a grandeza de Deus. Jejuar não é simplesmente privar-se de algum alimento ou qualquer outra coisa, pois o ato de privar-se de algo só tem sentido se fundamentado na espiritualidade quaresmal e no “Verbo encarnado” (cf Jo 1, 14).
A esmola e as ações caritativas são frutos do diálogo com Deus e da consciência de que somos todos de uma mesma família unida no Cristo, assim o Senhor ensinou seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16). A caridade é servir o próprio Deus na pessoa do próximo: “Pois tive fome e me destes de comer” (Mt 25, 35).
O ano litúrgico é um meio eficaz em que a Igreja reflete e reza a vida e as ações do Mestre. A quaresma, portanto, como parte deste ano, é o tempo de preparação para o ápice da fé cristã: a Paixão, Morte e Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. A Liturgia nas celebrações e as práticas devocionais ajudam-nos nesses dias que antecedem a Páscoa. A cor roxa nos recorda o caráter penitencial, que se inicia com o sinal das cinzas, que nos remete à realidade humana, “pois tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3, 19), e se torna um convite à conversão e abertura a graça de Deus.
A dimensão espiritual da quaresma nos leva a trabalhar para a construção do Reino. Tendo em vista a Páscoa de Cristo se faz necessário fazer a passagem com Ele para uma vida nova. É desejo do Senhor que seus discípulos sejam “perfeitos como o Pai do céu é perfeito”( Mt 5, 48).
A Igreja no Brasil nos ajuda a trabalhar pelo Reino de Deus, nos faz um convite a transformarmos em realidade os bons propósitos quaresmais com a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema: “Fraternidade e Tráfico humano”. Eis o desafio para nós cristãos: unir nossa vida à vida do Cristo, agir como Ele no ambiente que nos circunda, visto que “É para a Liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1).
Alan da Cruz Joaquim
Seminarista 1º ano de Teologia