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17 Out, 2013

Reflexão sobre o 5° plano de ação evangelizadora da diocese de assis: interpretação v

REFLEXÃO SOBRE O 5° PLANO DE AÇÃO EVANGELIZADORA DA DIOCESE DE ASSIS: INTERPRETAÇÃO V

 

Os meses de setembro e outubro são contemplados como um tempo de grande relevância eclesial.  Mês da Bíblia e mês da Missão.

 

 Setembro é assumido pela Igreja como o mês da Palavra. Segundo o Sínodo Verbum Domini = Palavra do Senhor, a Palavra de Deus encontra-se presente na totalidade da Sagrada Escritura, mas a totalidade da Palavra de Deus não encontra-se presente  só na Bíblia. Tudo o que a Bíblia contém é Palavra do Senhor, mas a Palavra do Senhor não está toda contida na Bíblia. Isso deve levar-nos ao bom entendimento, que nós cristãos católicos, não somos somente crentes da Palavra no Livro, mas também da Palavra além do Livro, pois antes do Livro a Palavra já se revelara, e além do Livro a Palavra continua se revelando, de modo que, a Palavra do Senhor está presente na na biblioteca da Bíblia, na Tradição da Igreja, em seu Magistério, no Catecismo da Igreja, na catequese, na obra de evangelização, nas homílias, etc. a Palavra está sempre presente na História da Salvação, enfim, a Palavra está presente na vida como um todo. Isso nos leva a assumir, uma crença arejada, livre de qualquer fundamentalismo, contrária a qualquer preconceito e discriminação, nos liberta para vivermos e crescermos numa fé da paz e da esperança, de inclusão e jamais de exclusão. A Palavra de Deus devidamente interpretada tem sido muito valorizada nos últimos anos, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, passando pela Encíclica Evangelli Nuntiandi, os últimos sínodos, a exortação Apostólica que proclama o Ano da Fé  Porta Fidei = Porta da Fé, a qual é fundamentada e enriquecida com a recente Encíclica Lumem Fidei = A Luz da Fé, assim como a V Conferência de Aparecida, têm como objetivo valer-se de uma nova obra evangelizadora  para conduzir os tantos irmãos a uma Fé de qualidade no Senhor Bom Deus.  

 

O 5º Plano de Evangelização da Diocese de Assis, considera que os tantos fiéis cristãos em processo de formação, devem ser pessoas fortalecidas na Palavra, homens e mulheres arrojados na Fé da Palavra de Deus, para que assumam na alegria os tantos sacrifícios consequentes do compromisso da própria Palavra. Ser fiel a Deus, ser testemunha da Palavra, autêntico cristão que assume, defende e propaga a Doutrina Cristã Católica é ter coragem de assumir a verdade, de enfrentar não poucas incompreensões, calúnias, inimizades e perseguição. A fé é um risco vital. Só quem tem fé dá a vida pela fé. Tomemos o exemplo dos tantos mártires, por amor a Fé e aos injustiçados de todos os tempos e lugares, se arriscaram e entregaram a vida pela vida de muitos. Encarnam em suas próprias vidas pela força da Fé a figura do Servo de Deus,  o Servo Sofredor.

 

Outubro é assumido pela Igreja como mês missionário. Ninguém é missionário do Reino de Deus sem o conhecimento da Palavra, sem o impulso da Fé como Dom proveniente do amor de Deus. O missionário antes de tudo é um discípulo. O missionário antes de tudo vale pelo que é e não pelo que faz. O fazer é o passo seguinte. Como bem nos exorta a Carta Apostólica de Bento XVI Porta Fidei, pela Palavra e pelo Batismo, adentramos por uma porta que nos conduz a um itinerário que não tem retorno. A vida na Fé nos leva automaticamente ao compromisso missionário em favor da vida no sentido pleno. Em outubro a Igreja reflete de forma mais intensa sobre o valor da empreitada missionária. A vocação missionária comporta em si mesma um processo que deve ser assimilado sem complicações. A modalidade da missão “AD GENTES”,  trata-se do desempenho evangelizador em favor dos habitantes distantes, pessoas que vivem em comunidades ou grupos tribais ou não, gente que sobrevive em ambientes hostis  suportando condições precárias, necessitada de Fé, como também de tantos recursos naturais, muita gente em condições de extrema pobreza econômica sendo impulsionada a um certo condicionamento de pobreza em suas diversas ordens, dentre as quais a pobreza moral. Os corajosos missionários religiosos, religiosas e leigos que saem de sua terra e partem para outros lugares desafiantes a serviço do Evangelho, colocando a vida em jogo, sobretudo em lugares marcados pela violência gerada pelo poder dos dominantes locais, são pessoas que já deram um grande salto no itinerário da vida missionária. Ninguém assume inicialmente essa modalidade de vida missionária inicialmente. Tal modalidade é um passo seguinte. A Igreja atualmente chama-nos a atenção, que ninguém parte para a missão em lugares distantes e diferentes senão começar a ser missionário em sua família, em sua comunidade eclesial, em sua pastoral ou em seu movimento. Pelo Batismo que recebemos todos somos discípulos e missionários. Ser missionário é também como membro da Comunidade Eclesial ser alguém que anuncia a Boa Nova de Jesus Cristo aos destinatários que se encontram ao seu redor. O missionário ou a missionária são as pessoas que se dedicam à catequese, são os ministros da Palavra, são os que se dedicam com amor e enfrentam os riscos da fé fazendo as visitas domiciliares, são os tantos pregadores de nossos Movimentos e Comunidades de Vida, são todos os que se colocam a serviço de sua Comunidade, não importa qual seja o serviço ou  o ministério, todos são importantes e na Igreja de Jesus Cristo todos têm uma finalidade missionária, pois por ser de natureza ministerial, a Igreja que é Deus e como somos nós, encontra aí a sua identidade. Nossa vida missionária é uma vocação que parte da Fé como dom e de forma gratuita devemos retribuir a Deus. O labor missionário, qualquer que seja, é voluntário. O missionário não almeja salário, toda a sua vida é uma oferta ao Senhor. O que seria de nossas Comunidades se não fossem nossas catequistas, as pessoas que varrem nossa Igreja,  pessoas que trocam as flores de nossos vasos, que limpam os bancos, que lavam e cuidam de nossas alfaias, que limpam e guardam os vasos sagrados, que preparam e animam nossas liturgias, que se colocam a disposição para comporem os necessários Conselhos de Pastoral e Administração, que trocam as lâmpadas de nossas Igrejas, que consertam e trocam as fechaduras e vidros de nossos templos, que se dedicam à Pastoral do Dízimo, etc... todos são voluntários, todos são missionários. Mês de outubro é o mês de pensarmos em todos os missionários e rezarmos por eles. Aos irmãos que se encontram em terras perigosas e aos dedicados de nossas Comunidades. Nossos agradecimentos a todos eles, pois sem eles, a Igreja não acontece. Que o espírito missionário norteie a vida de nossas Comunidades paroquiais, e faça delas verdadeiros espaços de Evangelização para a transmissão da Fé.

 

Amados irmãos e irmãs, que o Senhor Bom Deus os conserve na Graça!

 

                                       Em Cristo Jesus, Paz e Esperança!

 

                                                        DOM SIMÃO

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