Advento: educação como fonte de esperança
Advento: Educação como fonte de esperança
O calendário litúrgico do ano anterior, finalizado recentemente pela solenidade de Cristo Rei, deu lugar ao tempo do Advento do novo ciclo da liturgia que se inicia. Esse tempo de transição é propício e nos estimula a olhar para trás, sondar nossos corações e mergulhar nas reflexões do tempo que passou.
Contemplar as experiências que passamos, as pessoas que conhecemos, os relacionamentos construídos e o crescimento pessoal e do todo é uma forma de perceber Deus no meio de seu povo, caminhando, sofrendo e se alegrando com a sua mais sublime obra criativa.
No campo da educação, especialmente da rede pública, o ano foi conturbado. Os recentes acontecimentos políticos que influem diretamente no mundo da educação foram intensos e se de um lado são um tanto traumáticos, de outro são fonte de crescimento e aprendizado. Por ser a gestão pública responsável pela direção das demais áreas, a instabilidade política causou um descompasso também em todas as instâncias das quais dependem a educação. É claro que a camada mais afetada foi a dos profissionais que labutam diariamente nessa área, mesmo com poucos recursos, para oferecer aos estudantes, a segunda classe mais afetada, uma educação minimamente qualificada capaz de auxiliar na sua preparação para a vida.
A articulação política no legislativo e os esforços do governo federal em promover mudanças na educação, sobretudo na questão financeira e curricular, provocaram a indignação de grande parte da sociedade, professores e alunos que realizaram as ocupações de escolas por todo o país, evento que chamou a atenção do país e fez com que se voltassem os olhos mais proximamente dos problemas que assolam nossa educação.
Diante de tudo isso, pode-se afirmar que, aos poucos, o país vai tomando consciência da importância do processo educativo para a melhoria de vida da população e que, questões fundamentais e polêmicas de saúde pública, segurança, emprego e renda seriam muito mais facilmente solucionadas se tivessem suas necessidades atendidas já no campo da prevenção e não somente no “apagar incêndios” nas soluções rápidas, desenfreadas e esparsas. Usar tais medidas mitigatórias só faz protelar o problema e não se atinge sua raiz a fim de solucioná-lo de uma vez por todas.
Nesse tempo do advento, que a expectativa da chegada de Jesus no meio de seu povo, como um pobre, pequeno e frágil ser, nascido de uma mulher, santa, irrepreensível e digna de todo o amor do mundo, faça brotar em nós o desejo de se aprofundar e estar em comunhão com a necessidade de todos, principalmente da juventude, que é carente de atenção e cuidados.
Olhar para o futuro, vivendo o presente e escorado no passado faz o ser humano sentir-se completo e seguro para prosseguir no caminho da virtude. Que tenhamos a coragem de Maria, o zelo de São José, a humildade dos reis magos e o privilégio dos pastores para receber Jesus Nosso Salvador e mantê-lo embalado no colo de nossa confiança, a fim de que construamos um mundo mais justo e fraterno com os valores impressos por Ele em seu ministério terreno.
Que sejamos felizes e abençoados neste tempo virtuoso e propício do advento do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Paz e Bem!
Texto: Seminarista Jonathas Alfredo Zakir Pereira (2º Ano de Teologia)
PASTORAL DA EDUCAÇÃO - DIOCESE DE ASSIS